EDITORIAL
Maus chefes provocam ataques de coração
26 | 11 | 2008 08.07H
Faz muito bem em ir ao ginásio, seguir uma dieta regrada, em evitar
tabaco, álcool e por aí adiante. O seu coração agradece. Mas se quer
mesmo garantir a sua sobrevivência, e apesar da dificuldade em
encontrar novos empregos, fuja a sete pés dos chefes incompetentes e
injustos, porque o efeito desta gente sobre a sua saúde pode
revelar-se mortal. Pelo menos é o que diz o estudo de uma equipa sueca
que acompanhou mais de 3 mil trabalhadores homens, com idades entre os
18 e os 70 anos.
A primeira tarefa pedida às cobaias foi a de que avaliassem a
competência e o carácter de quem geria o seu trabalho. Depois, durante
uma década, a sua saúde foi sendo avaliada, registando-se neste
período 74 casos de empregados vítimas de problemas cardíacos graves,
nalguns casos até fatais. Do estudo à lupa de todo este trabalho, foi
possível perceber que existe, de facto, uma relação directa entre a
doença e os maus chefes.
Perceberam também que os efeitos secundários dos chefes maus era
independente do tipo de trabalho desempenhado, da classe social a que
pertenciam, das habilitações que possuíam e inclusivamente do dinheiro
que tinham na sua conta bancária.
Descobriram, ainda, que o efeito que um incompetente a mandar provoca
é cumulativo, ou seja, se trabalhar para um idiota aumenta em 25% a
probabilidade de um enfarte, essa probabilidade crescia para 64% se o
trabalhador se mantivesse naquela situação por mais de quatro anos.
A explicação é relativamente simples: quando alguém se sente
desvalorizado, sem apoio, injustiçado e traído, entra em stress agudo
que leva à hipertensão e a outros distúrbios que deterioram a saúde do
trabalhador. Daí a importância do apelo que estes especialistas fazem
de que as estruturas estejam atentas e «abatam» rapidamente os chefes
que não merecem sê-lo.
Isabel Stilwell | editorial
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