Posso confessar uma coisa? Tenho saudades dos meus avós mas, em especial do meu avô paterno, um homem simples, honesto, correcto, frugal, músico. Tinha umas mãos maravilhosas, com as quais criou dois filhos e manteve a família, até que morreu aos 81 anos, em 1991. Foi um exímio sapateiro e tocava e ensinava viola na sua vilinha alentejana mas, acima de tudo, foi um bom pai e chefe de família.
Na sua casa havia tudo o que faz falta hoje: frugalidade, humildade, amizade, amor, alimento, alegria, reciclagem, reutilização, zero desperdício, inteligência, diálogo, vontade de fazer sempre melhor e de ser sempre melhor…
Eu acho que herdei alguns dos seus genes… Pena que parece que nenhum deles são da área da música… Enfim, não se pode ter tudo. Fiquei com alguns do meu querido avô sapateiro!