Vinha o sr. professor de inglês, cansado, depois do almoço, carregado, a descer, pedalando na sua bicicleta eléctrica a caminho de casa quando, num sítio apertado, com traço contínuo, uma criatura simpática decidiu ultrapassar-me com meio metro de distância… Protestei, com o braço, fazendo sinal para a distância curta a que efectuou a manobra…
Orgulhosamente, a criatura, de dentro da sua fortaleza mal estimada, ergueu, à altura do espelho retrovisor, o seu precioso dedo do meio, perante os quais os seus vizinhos se ajoelharam em reverência.
Com o meu indicador, disse-lhe que mantivesse consigo aquilo que lhe pertencia.
Escusado será dizer que a criatura enternecedora fez toda a sua viagem, finalizada bem antes da minha, à minha frente. A descer, em cidade, com trânsito, as bicicletas até podem deslocar-se mais depressa do que os automóveis…
Pouco depois de me ter ultrapassado, a amável criatura voltou a mostrar o desejo de se despedir de mim, sem que eu lho tivesse sugerido de qualquer forma imaginável, acenando-me com o supramencionado apêndice!
Voltei a dizer, através de gestos educados, com o mesmo indicador direito, que podia conservar todos os seus queridos dedos. Eu tenho os meus, obrigado!
Conclusão: com pais destes, os meus alunos são todos uns amores!